14 de July de 2025 Artigo
4 min

Campanha da Fraternidade 2025 - A CNBB vai salvar homens ou plantas?

Os líderes da CNBB querem transformar a Igreja numa ONG ambiental nesta Quaresma – e você precisa saber disso! Neste vídeo, revelamos os segredos por trás da Campanha da Fraternidade de 2025.

Álvaro Mendes

Álvaro Mendes

Presidente do Centro Dom Bosco

Bruno Mendes

Bruno Mendes

Vice-presidente do Centro Dom Bosco

Isaque

Isaque

Gomes


A Nova Direção: A Igreja como uma ONG Ambiental?

Nos últimos anos, a Igreja Católica tem se mostrado cada vez mais atenta aos problemas ambientais, e, com a publicação da Encíclica Laudato Si’ pelo Papa Francisco, as questões ambientais ganharam destaque no discurso da Igreja. No entanto, a Campanha da Fraternidade de 2025 parece querer dar um passo além e transformar a Igreja em uma espécie de ONG ambiental.

Ao invés de se concentrar diretamente em questões sociais como no passado – como a luta contra a pobreza, a defesa dos direitos humanos ou a promoção da paz – a campanha deste ano pretende discutir questões ambientais de forma mais abrangente, colocando a natureza no centro do debate.

De acordo com os líderes da CNBB, a campanha se focará na preservação dos recursos naturais, especialmente no contexto da amazônia, com ênfase no desmatamento e na destruição do meio ambiente. O tema da campanha, que ainda está sendo definido, gira em torno da sustentabilidade e da conservação da biodiversidade.


O que Está em Jogo?

A grande pergunta é: é possível equilibrar o compromisso com a fé católica e com a urgente necessidade de proteção ambiental? Afinal, se a Campanha da Fraternidade de 2025 se concentrar apenas no meio ambiente, ela corre o risco de desviar do seu principal objetivo: a salvação das almas e o cuidado com o próximo.

É verdade que as questões ambientais afetam diretamente a vida humana, especialmente em comunidades vulneráveis que dependem dos recursos naturais para sua subsistência. Mas ao colocar tanto ênfase no cuidado com as plantas, árvores e ecossistemas, a CNBB está realmente cumprindo sua missão de evangelizar e cuidar do ser humano?

A missão da Igreja sempre foi focada na salvação das almas, no amor ao próximo, no acolhimento e na transformação social. Em um momento de grande polarização política e de tantos desafios sociais no Brasil, muitos se perguntam se a Igreja não deveria estar mais atenta aos problemas urgentes de nosso povo, como a pobreza, o desemprego, as questões de saúde e a violência.


A Reação dos Católicos

Não são poucos os católicos que questionam a escolha da CNBB em focar a Campanha da Fraternidade de 2025 em um tema que, embora importante, não parece ser a prioridade para a maioria dos brasileiros. Muitos defendem que a Igreja deveria concentrar seus esforços em problemas mais diretamente humanos, como as condições de vida da população em situação de rua, os conflitos agrários ou a questão indígena.

Alguns também acreditam que a priorização do meio ambiente pode ser interpretada como uma tentativa de se alinhar com agendas políticas globais, o que poderia afastar fiéis que esperam da Igreja um compromisso com os problemas mais urgentes da sociedade local.

Por outro lado, outros católicos veem a mudança de foco como uma oportunidade de repensar a relação do homem com a natureza, considerando que o próprio Evangelho nos ensina a cuidar da criação. Para esses, a campanha de 2025 pode ser uma chance de relembrar que a preservação do meio ambiente também é uma questão moral e espiritual, que vai além das questões materiais e toca diretamente o coração da fé cristã.


O Desafio da CNBB

Em meio a esse debate, a CNBB enfrentará um grande desafio: como alinhar a tradição da Igreja com as demandas do mundo moderno sem perder de vista o seu papel primordial na evangelização e na transformação social. A Campanha da Fraternidade de 2025 não pode se limitar a ser uma ação ambiental, mas deve, ao mesmo tempo, ser um chamado à conversão e ao compromisso com a justiça social.

Isso significa que a campanha precisa, de alguma forma, unir o cuidado com a criação e o cuidado com as pessoas, já que as questões ambientais e sociais estão profundamente interligadas. A justiça ambiental pode ser vista como uma extensão do amor ao próximo, e é isso que muitos esperam que a CNBB consiga transmitir em sua mensagem.


Conclusão: Um Olhar Crítico para o Futuro

A Campanha da Fraternidade de 2025 promete ser um dos maiores desafios da CNBB nos últimos tempos. Ela carrega consigo uma questão fundamental: como equilibrar as necessidades do meio ambiente e os problemas sociais em um contexto de fé?

Se, por um lado, a conscientização sobre a urgência das questões ambientais é importante e necessária, por outro, não podemos esquecer que a principal missão da Igreja é cuidar das pessoas. O grande desafio da CNBB será conseguir conciliar os dois aspectos, sem deixar de lado a essência da fé cristã e o compromisso com a justiça social.

A Campanha da Fraternidade de 2025 pode ser, sem dúvida, uma grande oportunidade para a Igreja se renovar e se posicionar de forma mais ativa diante dos desafios globais, mas também é uma oportunidade para refletirmos sobre qual papel a Igreja deve desempenhar neste mundo tão plural e dividido.

Agora, a grande pergunta é: a CNBB conseguirá, de fato, salvar os homens e não apenas as plantas? Ou será que, no fim das contas, estaremos diante de uma nova ONG ambiental com um toque religioso? A resposta virá com o desenrolar da campanha e com a reflexão de todos os católicos sobre o papel da Igreja na sociedade contemporânea.

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